E agora, deitado à tua espera, reparo na minha pequenez, reparo no quão pequeno sou, e sinto que não vivo mais por viver, mas vivo para te esperar, sempre deitado nesta cama em que me sinto pequeno e sozinho, ainda sem ti.
E antes, quando não esperava por ti, quando o vazio preenchia o lugar que a solidão ocupou, esperava que o vazio morresse, como eu já tinha morrido, sem sequer nascer.
E depois disto tudo, depois do vazio e da horizontalidade neste quarto imenso onde eu, pequeno e sozinho, esperei, espero erguer-me ao ver-te abrir a porta e aproximar-te da cama, tornando-me subitamente grande e majestoso ao teu lado. Tu, que entrando, rasgando as páginas de solidão e preenchendo de novo esse espaço com calor do teu corpo, quase suado, entraste em mim para me fazer nascer desta morte maldita que me leva sempre a deitar-me esperando.
iel_b
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home