quarta-feira, setembro 20, 2006

O horror da dor guardada e o desespero do dia a dia, dia após dia, hora após hora, numa rotina fora do normal, e fora do contexto, persegue-me. Segue-me o vazio e o nada que sou e o tudo que quis ser. Acompanha-me a angústia de saber que há um novo momento depois deste em que peno. Entranha-se em mim o podre que me rodeia, e podre que sou desfaz a minha alma. Vou penando dia após dia neste mundo que me mantém vivo sem razão, ou só com a razão de me manter podre por dentro e podre por fora. Onde toco destruo, onde moro cheira mal, onde passo impressiono, onde choro mato, apodrecendo a cada momento, desejando a morte do meu ser, recordando a minha alma já morta por mim. Agora escrevendo o que sou e no que me tornei destruo as palavras que uso, matando a língua em que escrevo apenas por as usar!

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